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Professora é investigada por suspeita de falsificação de diploma em Blumenau

Uma professora que atuava nas redes de ensino estadual e municipal de Blumenau está sendo investigada por suspeita de falsificação de diploma acadêmico. A denúncia foi encaminhada ao Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC), que iniciou um inquérito civil para apurar o caso.

Segundo a investigação, a professora, cuja identidade está preservada, teria apresentado documentos falsificados para conquistar o cargo por meio de uma chamada pública da Secretaria de Estado da Educação em abril de 2024. Ela foi lotada nas Escolas de Educação Básica Carlos Techentin e Governador Celso Ramos, recebendo um salário líquido de aproximadamente R$ 8,6 mil mensais.

O caso foi desvendado após a denúncia de um grupo de mães de crianças autistas, que questionaram a qualificação da mulher, que atuava como gerente de educação no Centro Municipal de Educação Alternativa (CEMEA) de Blumenau. Em resposta à pressão, a profissional foi afastada do cargo em abril de 2024. Ela ocupou a função de gerente de educação de abril de 2021 a abril de 2024, sendo exonerada em junho do ano passado.

Logo após, surgiu a informação de que a professora havia assumido uma nova função na Escola de Educação Básica Governador Celso Ramos, na rede estadual. Além disso, a denúncia aponta que ela teria realizado outro concurso na modalidade de Admissão em Caráter Temporário (ACT) e estaria com contrato ativo em mais duas escolas estaduais, utilizando o mesmo diploma falsificado.

A falsificação do diploma

A Uniasselvi, instituição mencionada no diploma apresentado pela professora, confirmou que ela nunca concluiu o curso de Licenciatura em Pedagogia. Segundo a universidade, a investigada iniciou o curso em 2015, mas desistiu em 2016. Retomou os estudos em 2018, mas não confirmou a matrícula a partir de 2023 e foi reprovada em várias disciplinas. O histórico acadêmico apresentado pela professora tinha alterações, incluindo a sobreposição da palavra “Aprovado” em disciplinas onde ela havia sido reprovada.

A universidade destacou que qualquer certificado de conclusão apresentado pela professora é falsificado, pois ela nunca obteve um diploma válido pela Uniasselvi.

Além do MP, a Polícia Civil também abriu um inquérito policial para investigar os crimes de falsificação de documentos públicos e uso de documentos falsificados. A equipe de reportagem de O Município Blumenau tentou contato com a 1ª Delegacia de Polícia Civil, responsável pela investigação, mas não obteve resposta.

A investigada também foi procurada por e-mail, mas não retornou o contato. Até o momento da publicação desta matéria, a Secretaria de Estado da Educação (SED) não se manifestou sobre o caso.

Posicionamento da Prefeitura de Blumenau

A Prefeitura de Blumenau tomou conhecimento do caso por meio do inquérito civil aberto pelo Ministério Público. Após a confirmação de falsificação por parte da instituição de ensino, o município está apurando os fatos e tomará as medidas administrativas necessárias.

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